Lugar de Belói

São Pedro da Cova é uma freguesia portuguesa do concelho de Gondomar, com 14,42 Km2 de área e 17324 habitantes (2001). Densidade 1.201,4 hab/km2.

Freguesia com história, o “Couto de S. Pedro da Cova” foi doado por D. Afonso Henriques, em 1138, a D. Pedro Ribaldis, o bispo que sucedeu a D. Hugo, que D. Teresa havia feito senhor da cidade. Em 1820, por força da revolução liberal, foram extintos os coutos de S. Pedro da Cova ascendeu então à dignidade do concelho.

Mas em 1836 o novo concelho foi extinto e integrado, definitivamente, em Gondomar.

S. Pedro da Cova herdou do seu passado mineiro um aglomerado populacional contínuo, constituído pelos lugares Bela Vista, Belói, Bouça do Arco, Carvalhal, Cimo da Serra, Covilhã, Ervedosa, Gandra, Mó, Passal, Ramalho, Silveirinhos, Tardariz, Vale do Souto e Vila Verde. Cada um destes lugares, embora faça parte de um tecido urbano único, conserva uma identidade própria, fruto de uma tradição secular.

A vida administrativa do fugaz concelho do Couto de S. Pedro da Cova terminou no final do ano de 1836 e devido a este facto S. Pedro da Cova demorou dois anos e meio para se incorporar no concelho de Gondomar.

S. Pedro da Cova, com as suas Minas de Carvão, tem uma numerosa família operária com seus bairros de habitação, como os ourives de Gondomar têm a sua Associação de classe para velar pelos seus interesses e direitos. Além disso, possui um importante jazigo carbonífero de antracite, descoberto em 1802, no lugar de Vila Verde.

Atravessa esta freguesia na direcção Norte-Sul, o rio Ferreira e as águas, nas sua corrente, são aproveitadas para irrigação de campos marginais, onde também há bastantes casas de moinhos para desenvolvimento da considerável industria de moagem de trigo e outros cereais, hoje bastante decaída, devido ao estabelecimento das fabricas a vapor, que muito vieram prejudicar aquela industria local, ficando esta agora reduzida à simples moagem do milho e centeio para as povoações vizinhas.

S. Pedro da Cova fica situada entre Fânzeres (a Norte e Oeste), Valongo ( a Norte e Este), Jovim e Foz do Sousa (a Sul), S. Cosme (a Oeste) e Paredes (a Este). Nunca tendo perdido o seu cariz agrícola, esta freguesia, a partir de 1802, tornou-se um importante centro industrial, após a descoberta das jazidas de carvão e antracite. Nos anos 30 a exploração mineira intensificou-se em grande escala e S. Pedro da Cova transformou-se num pólo importante de migração ganhando então a legenda de “Terra Mineira”.

A actividade mineira levou a que se constituí-se uma linha de carros eléctricos para a ligação ao centro do Porto.

Estava quebrado o isolamento e a sua população passou a encontrar alternativas de trabalho fora das minas.

Em meados deste século, os preços do petróleo começaram a descer vertiginosamente e as minas não resistiram à concorrência, acabando por fechar em 1970.

A população de S. Pedro da Cova, constituída na sua maioria por mineiros, teve então que se integrar noutras indústrias na Área Metropolitana do Porto. Em breve a freguesia era um autêntico dormitório da capital do Norte.

Mas esta tendência está agora a ser invertida, com o surgimento de novas indústrias, como a ourivesaria, a metalomecânica, o mobiliário, as malas, as indústrias eléctricas e o incremento do comércio e dos serviços.

O pequeno burgo do passado vai crescendo. As infra-estruturas básicas não acompanham este crescimento e desce a qualidade de vida das populações. Mas a gestão autárquica, nascida do Poder Democrático do 25 de Abril de 1974, está a fazer um grande esforço para garantir às populações equipamentos sociais que assegurem valores mínimos de qualidade.

Os evidentes sinais de crescimento e desenvolvimento económico de S. Pedro da Cova levaram a Assembleia da República a elevar esta freguesia a Vila, em 30 de Junho de 1989.

A sua igreja paroquial era um belo exemplar do século XVIII mas em 1860 teve de ser reconstruída porque as minas que lhe passavam por baixo a arruinaram. A igreja actual é um templo construído em betão, já nos nossos dias, onde se festejam, em Junho, S. Pedro e S. Paulo.

S. Pedro da Cova não quis deixar morrer a memória das minas e os autarcas decidiram avançar com o seu Museu Mineiro, único no género em Portugal. A sua primeira sede foi nas instalações da velha companhia mineira. Mas a partir de Setembro de 1989 passou a ter sede própria.

Por outro lado, a freguesia está dotada de 22 colectividades que se dedicam a actividades culturais e desportivas, das quais merecem destaque os Ranchos Folclóricos do Passal, Tardariz e S. Pedro da Cova, a Banda Musical de S. Pedro da Cova, Vai Avante, Estrelas de Silveirinhos, F.C.A.R. e Leões do Ramalho. A Associação Desportiva de S. Pedro da Cova compete nos campeonatos nacionais de futebol e é a principal colectividade da freguesia.